segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Breves objeções ao ateísmo

Uma ideia que costuma vir das argumentações de muitos ateus é que a fé em Deus é apenas um conforto emocional para os psicologicamente fracos. Fora o fato de isto ser simplesmente uma falácia genética (isto é, dizer que algo é falso simplesmente por se conhecer uma possível origem deste algo), vamos neste texto trabalhar mais profundamente estas e outras questões sobre breves objeções ao ateísmo.

O psicanalista Sigmund Freud costumava dizere que a ideia de Deus era simplesmente uma projeção da figura paterna, objeto de amor e temor ao mesmo tempo. Por outro lado, o também psicanalista Carl Jung, que era admirador e amigo de Freud, tinha uma visão ligeiramente diferente do assunto:

"O conceito de Deus é simplesmente uma função psicológica necessária... quando não é consciente , é inconsciente, porque seu fundamento é arquetípico... Por isso, acho mais sábio reconhecer conscientemente a ideia de Deus; caso contrário, outra coisa ficaria em seu lugar, em geral uma coisa sem importância ou uma asneira qualquer, invenções de consciências 'esclarecidas'." JUNG, Carl. Psicologia do inconsciente. Trad. Maria Luiza Appy. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 63.

Para Jung, a ideia de Deus em nossa mente é um arquétipo projetado no inconsciente e anterior a qualquer outra imagem. Aliás, é a ideia divina de Pai que é projetada em nosso pai terreno. É daí que vem nossa obrigação moral de honrarmos nossos progenitores. Eles trazem uma imagem divina em sua missão paterna. Por outro lado, quando um pai é negligente ou perverso com seus filhos, nós dizemos que ele NÃO DEVERIA SER ASSIM. Tudo isso deve deixar claro de que é de Deus que vem o nosso conceito deontológico de pai.

Reforçando esta ideia, podemos constatar que a ideia de Deus, em sua forma mais básica, existe nas mais variadas culturas e épocas da humanidade. De alguma forma nós já nascemos com a ideia de Deus impregnada em nosso ser. (Hypescience: Somos programados para acreditar em Deus?) Deus não pode ser uma invenção cultural específica, exatamente porque Ele aparece em povos diferentes. O ateísmo parece ser algo muito mais artificial, algo no qual é preciso esforço para se convencer.

Se o cristianismo parece uma fraqueza ou uma fuga, poderíamos dizer igualmente que o ateísmo deve ser uma espécie de fuga da responsabilidade moral diante de Deus ou mesmo uma atitude de medo do inferno.

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Além de enfraquecer os significados de responsaibilidade e de juízo, o ateísmo debilita até mesmo o conceito de verdade. Sem Deus, a nossa mente é apenas o produto de evolução físico-química. Que garantia temos, então, de que nossa mente é capaz de tirar conclusões válidas ou de encontrar a verdade sobre as coisas, sendo que nosso cérebro é apenas um punhado de cúlulas que não foi planejado, mas é simplesmente umn acidente causado por forças impessoais? Quando o ateu tenta convencer (e se convencer) de que seus argumentos correspondem à verdade, ele está usando um conceito de verdade que só é coerente dentro de uma visão teísta.

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O naturalismo é a doutrina de que todo o Universo pode ser explicado em si mesmo, sem a necessidade de algo transcendente ou sobrenatural. Para o naturalista, o Universo gerou naturalmente a vida, e por fim, a vida consciente. O naturalismo defende um efeito maior em grandeza do que a causa. Analisando friamente, isto parece muito mais com uma espécie de paganismo sofisticado. Veja se isto que o profeta Jeremias falou há quase 3000 anos atrás parece meio familiar:

"Como fica confundido o ladrão quando o apanham, assim se confundem os da casa de Israel; eles, os seus reis, os seus príncipes e os seus sacerdotes, e os seus profetas, QUE DIZEM AO PAU: TU ÉS MEU PAI; E À PEDRA: TU ME GERASTE; porque me viraram as costas, e não o rosto; mas no tempo da sua angústia dirão: LEVANTA-TE, e livra-nos." (Jeremias 2.26-27)

A ciência e tecnologia da qual tanto nos gloriamos e de fato nós é muito útil pode nos dizer um pouco sobre como a vida funciona e até sobre como começou. Entretanto, a ciência nunca poderá dizer algo sobre a razão da vida. Este mistério está escondido num campo muito mais profundo.

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Os negadores da divindade alegam que a existência do mal é uma prova de que não existe um Deus ao mesmo tempo bom e todo-poderoso, que pudesse extinguir o mal. Primeiro, ninguém nunca disse que Deus não pode destruir o mal. De fato, ele vai. No tempo certo. Segundo, o mal é uma possibilidade que decorre logicamente de um bem: a liberdade. É bem possível que Deus use as consequências más de nossas escolhas livres para nos instruir sobre o uso correto da nossa liberdade. Quando todo o propósito de Deus for satisfeito, Ele destruirá o mal. Enquanto ainda houverem pessoas que podem ser libertas do mal através da busca de Deus e da salvação, Deus está adiando a destruição do mal.

Em terceiro lugar, o mal é apenas um problema aparente ao cristianismo, como tenho mostrado. Mas a existência do mal é na verdade uma objeção ao próprio ateísmo. Aliás, é a distinção que existe entre o bem e o mal. Se Deus não existe, não existe bem ou mal. Se se o mal existe, é porque existe o "não-mal" (o bem), e consequentemente, Deus existe. Afinal, se o homem é apenas matéria, de onde surgiu o conceito de bem e mal? Como o "ser" (matéria) pode ter gerado o "dever ser" (consciência moral)? Se o homem não é responsabilizado e submetido a um juízo por seus atos em vida, por que fazer o bem ou o mal?

Não há nenhuma razão honesta para o zelo moral se a única vida que temos é a presente. Vale assim o discurso hedonista citado por Paulo: "comamos e bebamos, que amanhã morreremos." (1 Co 15.32). De fato, Paulo também reconheceu que "se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens". (1 Co 15.19).

A existência de deveres absolutos em nossa consciência é realmente algo digno de meditação. É interessante que até mesmo aqueles que negam os absolutos morais terminam vivendo sob a égide de um preceito inquestionável, a saber, o dever da tolerância ou do respeito mútuo. O absoluto é inescapável no campo moral, e a moral é algo inescapável no ser humano. Na verdade, mesmo aqueles que defendem uma moral relativa acabam impondo seus padrões de forma absoluta - é o que podemos perceber nos manifestos humanistas dos ateus militantes, por exemplo.

De onde pois vem o sentimento de dever? Ele não pode vir da razão, uma vez que seria necessário primeiro explicar porque DEVEMOS agir de acordo com a razão. A natureza não pode ser a causa final do sentimento de dever, já que para o naturalista a mesma é cega e impessoal. Das ciências humanas e políticas, sabemos que o sentimento de dever surge de uma reivindicação de lealdade, lealdade a uma pessoa ou instituição (que geralmente é representada por uma pessoa). Se existem deveres absolutos, isto nos revela a existência de uma Pessoa Absoluta a quem devemos lealdade.

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O filósofo Søren Kierkegaard resumiu a vida humana em três etapas: a estética, a ética e a religiosa. Observamos que o homem só se liberta do desespero estético (resultante da busca de prazer sem propósito) através de algum absoluto ético em torno do qual organize sua vida e afirme sua identidade. A ética aparece como um "imperativo de significação pessoal". Na fase seguinte, a 'etapa religiosa', o homem descobre em Deus o fundamento do seu ser. Na fase ética, alguma "camada" da Criação é impropriamente absolutizada, enquanto na fase religiosa o homem reconcilia-se com o Criador e consigo mesmo, podendo reestruturar seu ser sobre o verdadeiro fundamento.

Jean-Paul Sartre, o filósofo existencialista, ao negar a existência de Deus e de uma ética objetiva, viveu praticamente toda a sua vida no nível estético. Em 1980, quando estava velho, cego e enfraquecido, porém ainda lúcido, pôde dizer:

"Não creio que sou um produto do acaso, uma partícula de poeira no Universo, mas alguém que foi aguardado, antecipado, previsto. Em resumo, um ser que só um Criador poderia pôr aqui. E essa ideia de uma mão criadora se refere a Deus." NATIONAL REVIEW, 11 jun. 1982, p.677.

Friedrich Nietzsche e Michel Foucault também foram filósofos que, negando a existência de valores absolutos, procuraram viver apenas no nível estético. Nietzsche passou os últimos treze anos de sua vida insano, vigiado em seu leito por sua mãe. Foucault se tornou obcecado pela morte, tendo tentado suicídio várias vezes. Por fim se entregou ao LSD e à pedofilia, morrendo com o corpo devastado pela AIDS.

Entretanto, os dois pensadores estavam certos em seu pressentimento de que a "morte de Deus" não representaria o advento do homem, mas sim a intensificação da sua agonia. Nas ciências humanas, a ausência de Deus não foi preenchida pelo homem, mas por sistemas, estruturas, textos sem autor e ações sem sujeito. 

Em Deus, o homem encontra a sua plenitude. Mas se Deus morre, o homem também desaparece. Entramos num estágio de "nadificação". Sem Deus, somos como um homem que teve um de seus membros amputado: é como se ainda sentíssemos o 'fantasma' do membro, dando a orientação do espaço em que se movia anteriormente. A ausência de Deus é como uma ferida que não cicatriza, mas que sempre reabre ao tentar fechá-la. 

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14 comentários:

  1. Texto lindo e maravilhoso *-*

    "Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez."
    Eclesiastes 3:11 NVI

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  2. Seu texto foi REFUTADO Sr. David Sousa

    Por favor dê uma olhada e me diga o que acha: http://bloggabrielmelo.blogspot.com.br/2013/10/derrubando-as-breves-objecoes-ao-ateismo.html

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  3. "Por outro lado, quando um pai é negligente ou perverso com seus filhos, nós dizemos que ele NÃO DEVERIA SER ASSIM. Tudo isso deve deixar claro de que é de Deus que vem o nosso conceito deontológico de pai."


    O problema é que essa é justamente a descrição de deus.

    Deus cria um mundo cheio de sofrimento para as suas criaturas.

    Que espécie de pai é este ?

    Um pai que espalhasse escorpiões e cobras venenosas no quarto dos seus filhos seria PRESO como um criminoso sádico.

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  4. "Friedrich Nietzsche e Michel Foucault também foram filósofos que, negando a existência de valores absolutos, procuraram viver apenas no nível estético. Nietzsche passou os últimos treze anos de sua vida insano, vigiado em seu leito por sua mãe. Foucault se tornou obcecado pela morte, tendo tentado suicídio várias vezes. Por fim se entregou ao LSD e à pedofilia, morrendo com o corpo devastado pela AIDS."

    Que argumentação tão má - nos dois sentidos que a palavra tem.

    Até parece que os cristão não enloquecem ou morrem de doenças horríveis...

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    1. Este parágrafo não foi um argumento. Foi uma reflexão. No caso de Nietzsche e Foucault, a morte deles foi resultado direto da ideologia e estilo de vida deles. Os dois eram existencialistas e relativistas morais.

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    2. Sem dúvida.

      Eu também reflicto muito.

      Por exemplo, falando de mortes...

      O santuário de Fátima fica no meu país.

      Milhões de pessoa rumam para lá, para agradecer e implorar proteção.

      Entretanto, exatamente por causa disso, essa zona tem grande moviemnto de veículos e pedeste.

      Exatamente por causa disso é uma das zonas com maior incidência de acidentes mortais do nosso país.

      Ainda recentemente, um carro ceifou a vida de meia dúzia de peregrinos que iam a Fátima agradecer proteção recebida ou implorar proteção futura.

      Tudo isto me faz reflectir que, de facto, a fé não prova que as pessoas estejam certas.

      Como é possível levar com um carro em cima quando se vai agradecer/pedir proteção e continuar a acreditar naquilo ?

      Só o fanatismo pode explicar esta falta de lógica.

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    3. Pedro, seu raciocínio está um pouco falho em relação ao ocorrido porque você está pensando do seu ponto de vista. Do ponto de vista de um ateu (ou de qualquer não-religioso), a morte é algo terrível. É a cessação da existência, é o final de tudo.

      Para os cristãos, não é. Você já parou para pensar que a morte acidental daqueles peregrinos pode ter sido uma benção? Todo cristão aguarda ansiosamente o momento da sua morte. Não somos autorizados a nos matar, porque nossa vida tem um propósito, mas quando esse propósito acaba, Deus nos chama naturalmente de volta a Ele. Pode ser por um acidente, ou por causa natural, não importa.

      Mas se você pressupor que a morte é o fim de tudo, é claro que você vai achar um absurdo. Enfim...

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  5. "É bem possível que Deus use as consequências más de nossas escolhas livres para nos instruir sobre o uso correto da nossa liberdade. Quando todo o propósito de Deus for satisfeito, Ele destruirá o mal. Enquanto ainda houverem pessoas que podem ser libertas do mal através da busca de Deus e da salvação, Deus está adiando a destruição do mal."


    Ou seja, foi DEUS quem criou e usa o mal como um instrumento.

    Ou seja, deus é MAU por definição.

    Sendo omnipotente, deus poderia usar qualquer outro instrumento, que não causasse sofrimento, para os seus fins.

    Mas deus ESCOLHE usar o mal.

    Logo deus é mau.

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    1. Existem dois tipos de mal:

      1) O mal puro e cruel, feito "de graça" e sem motivo, por prazer em fazer sofrer.

      2) O mal sentenciado como punição ao item anterior por um juiz. Esse "mal" na verdade é justiça, e por isso é "bom".

      Sua argumentação confunde estes dois tipos de mal. Deus criou o mal do item (2). Se Deus não punisse o mal do item (1), Ele estaria sendo injusto, por permitir o mal (1) no mundo sem consequências. Logo, Deus é bom exatamente porque Ele executa o mal (2).

      "Sendo omnipotente, deus poderia usar qualquer outro instrumento, que não causasse sofrimento, para os seus fins."

      Como você sabe disso? Você é mais inteligente do que Deus, pra saber se ele poderia usar outra coisa?

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  6. Caro David.

    "Como você sabe disso? Você é mais inteligente do que Deus, pra saber se ele poderia usar outra coisa?"

    ??????????????

    Céus ?

    Não são vocês que dizem que ele é OMNIPOTENTE ?

    Se você sabe o que quer dizer essa palavra, com certeza que sabe que deus PODE usar outra coisa.

    Porque deus pode TUDO. Assim vocês o descrevem.


    A menos que não seja verdade que exista um deus omnipotente.

    Quantas outras coisas não serão verdade na vossa argumentação ?



    - "Deus é bom exatamente porque Ele executa o mal "

    Estou verdadeiramente assombrado.

    Praticar o mal para defender o bem, só é éticamente admissível para seres limitados, como nós, porque podem não tem outra ALTERNATIVA para combater o mal, a não ser usar o próprio mal.

    Mas deus, sendo omnipotente, para além das alternativas óbvias, como simplesmente impedir que o mal se concretize, é suposto ter infinitas alternativas, que nem nos passam pela cabeça nomear.

    Se faz o mal é porque gosta.



    - "Se Deus não punisse o mal"

    Você está a fugir ao assunto caro David.

    Embora nas linhas anteriores eu tenha acabado de rebater essa sua asserção, eu NÂO estava a falar da punição de criminosos.

    Eu estava a falar do mal em geral, o tal que deus permite e pratica ele próprio.

    Por exemplo, uma criança que morra de cancro, ébola ou espinha bífida, ou comida por um tubarão, ou afogada num tsunami, NÃO se trata da punição de um crime.

    Pelo contrário, se existe um ser omnipotente que provocou essas situações, essas crianças estão a ser VÍTIMAS de um sádico serial killer com poderes divinos.

    Espero bem que o vosso deus não exista, porque senão temos o universo governado por um ser com a moral de um psicopata assassino.

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    1. "Não são vocês que dizem que ele é OMNIPOTENTE ? Se você sabe o que quer dizer essa palavra, com certeza que sabe que deus PODE usar outra coisa. Porque deus pode TUDO. Assim vocês o descrevem."

      O que eu quis dizer é que se Deus usa o sofrimento, é porque Ele sabe em sua sabedoria que essa é a melhor forma para atingir aos seus propósitos. E ninguém pode questionar isso porque ninguém sabe mais do que Deus pra "refutar" Ele e dizer se existe uma forma melhor.

      Mas de fato, mesmo com a nossa inteligência limitada, dá pra entender como o sofrimento muitas vezes aproxima as pessoas de Deus. Eu já tive vários exemplos disso na minha própria vida, e já vi isto acontecer com pessoas próximas a mim também.


      "Mas deus, sendo omnipotente, para além das alternativas óbvias, como simplesmente impedir que o mal se concretize, é suposto ter infinitas alternativas, que nem nos passam pela cabeça nomear. Se faz o mal é porque gosta."

      Como você sabe? Você está fazendo a mesma suposição de antes. Você não pode fazer essa suposição porque você NÃO CONHECE a mente de Deus. Você não sabe se existem outras alternativas melhores. Você apenas SUPÕE que "impedir o mal" é melhor que punir o mal, você simplesmente não tem como PROVAR isso.

      Veja bem, eu penso o contrário. Se Deus impedisse o mal de acontecer sempre nós não seríamos criaturas livres. Seríamos robôs ou escravos que só fazem o bem, não porque escolhemos, mas porque Deus nos impediria o tempo todo de fazer o mal. Se o mundo fosse assim, provavelmente você estaria reclamando agora de que Deus é um ditador malvado que não nos deixa agir livremente. Mas, porque Ele deixa as pessoas fazerem o mal e encararem as suas consequências, você reclama do mesmo jeito.


      "Eu estava a falar do mal em geral, o tal que deus permite e pratica ele próprio.

      Por exemplo, uma criança que morra de cancro, ébola ou espinha bífida, ou comida por um tubarão, ou afogada num tsunami, NÃO se trata da punição de um crime."

      Por que você põe a culpa de todas essas coisas em Deus? Eu diria que nós mesmos somos responsáveis a boa parte do mal que trazemos pra nós mesmos.

      Por exemplo, com a industrialização desenfreada causamos poluição, doenças e mortes; com incestos causamos doenças genéticas... a pessoa foi irresponsável de querer nadar em águas onde nadam tubarões... e assim sucessivamente. Nem sempre entendemos a causa de um sofrimento, mas não quer dizer que ela não exista. Além disso, boa parte desse sofrimento às vezes pode ter um propósito bom. Como eu já disse, eu já passei por vários sofrimentos na vida que depois eu agradeci por ter passado, porque me ajudaram a aprender mais ou a ficar mais perto de Deus.

      Nenhuma pessoa tem a capacidade de julgar os atos de Deus, porque ninguém vê as coisas como Deus vê. Deus vê o Universo de fora, Ele vê tudo e todos, o passado, o presente, o futuro e as possibilidades. Nossa visão e nosso entendimento é limitado. Por isso, sempre que tentamos julgar uma ação de Deus, estamos automaticamente cometendo uma falácia. Por isso não faz sentido dizer que Deus é um "psicopata assassino", você na verdade não está dizendo nada com isso.

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  7. - "dá pra entender como o sofrimento muitas vezes aproxima as pessoas de Deus."

    O contrário também é válido. Já assisti a muita gente se afastar de deus por causa do sofrimento. De certa medida, eu próprio não acredito no vosso deus devido ao sofrimento que vejo no mundo. Se não existisse sofrimento, era possível acreditar num deus omnipotente e omnibenevolente. assim é simplesmente uma farça de mau gosto.

    Por exemplo, a sua teoria implica que deus usa a tortura para desesperar os humanos, a fim de que eles se aproximem dele.

    Bom, para além de muitas vezes isso ter o efeito inverso, como o meu caso, atestanto que deus seria tudo menos perfeito, ao apostar em meios tão crueis, faliveis e obtusos e obtusos. Implicaria também que esse deus, do ponto de vista ético, seria um MONSTRO.

    Usar a tortura para "aproximar" as pessoas da conduta pretendida é o que o KGB fazia nos campos de concentração, chama-se lavagem ao cérebro e não tem nada de "divino" é simplesmente CRIMINOSO.



    - "ninguém sabe mais do que Deus pra "refutar" Ele"

    Ele ?

    Os meus interlocutores são pessoas como eu, que dizem que falam em nome dele.

    Vocês nem sabem se ele existe, quanto mais se é bom ou mau.

    Você está a falar como se eu fosse um pretencioso, que pretende saber o que deus quer ou é.

    Mas eu não estou a falar de deus, estou a falar do que VOCÊS dizem que sabem acerca dele.

    São vocês que são pretenciosos ao pretender que sabem o que ele quer. Eu apenas aponto os erros do VOSSO pensamento, que, esse, conheço eu bem.

    Notoriamente, vocês não têm qualquer prova para dizer que deus é bom e que faz o mal para praticar o bem.

    Nós só temos a prova, se ele existir, que pratica o MAL.

    Como tal, baseado em quê é que diz que o faz por bem ?



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  8. - "Nenhuma pessoa tem a capacidade de julgar os atos de Deus,"

    Não ?

    Então como é que diz que todos os atos de deus são bons ?

    Como é que sabe ?


    - "provavelmente você estaria reclamando agora de que Deus é um ditador malvado "

    Um ditador malvado, por, por exemplo, criar um mundo onde não houvesse instinto de agressão, onde não fosse necessário matar para viver e vivêssemos para sempre sem ódio e sofrimento ?

    Você sabe o que está a dizer ?

    A fé afecta tanto o raciocínio como a droga ?

    e então, criando um mundo de horror e sofrimento, onde temos de de recorrer á agressão para sobreviver é que é um ditador benevolente ?

    Mas que doutrina de loucos é essa ?

    Talvez VOCÊS fossem muito infelizes num mundo sem sofrimento e gostem muito dos horrores deste mundo.

    Mas eu acho isso uma PERVERSIDADE e preferia um mundo de paz. Muito obrigado.



    - "Ele deixa as pessoas fazerem o mal e encararem as suas consequências, você reclama do mesmo jeito."

    Por exemplo, uma família ser assassinada, ou morrer afogada num tsunami.

    O que é que isso tem a ver com as consequências de algo que tenha feito ?

    Você está a culpar as VITÌMAS !!!!! Ainda por cima !!!!!


    - "Como eu já disse, eu já passei por vários sofrimentos na vida que depois eu agradeci por ter passado, "

    Acredito que, para você, uma doença horrível ou a morte de um familiar seja algo muito bom. Não vou tentar explicar que estamos a entrar no campo de fanatismo puro. O tipos do estado islãmico também acham que matar ou morrer na jihadd lhes vai garantir 40 virgens e uma data de camelos, para se estabelecerem na outra vida. O que se há-de fazer...

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  9. - "Por que você põe a culpa de todas essas coisas em Deus? Eu diria que nós mesmos somos responsáveis a boa parte do mal que trazemos pra nós mesmos."

    Não. Todo o mal que existe é culpa de deus.

    Senão vejamos. Todas as doenças, predadores, parasitas e catásfrofes naturais são feitas por deus, directamente.

    Quanto ás causas provocadas por humanos, devem-se ás limitações com que deus nos criou.

    Assim, a nossa tecnologia tem falhas, porque deus criou um mundo agreste, onde precisamos da tecnologia para sobreviver. ao mesmo tempo fez-nos extremamente falíveis, logo, nossa tecnologia é extremamente falível, Fez-nos também extremamente frágeis e atreitos ao sofrimento, sendo portanto extremamente passíveis de sofrimento devido à tecnologia que temos de usar.

    Até os crimes dos homens, serão na sua essência culpa de deus, visto que criou os seres humanos com instintos agressivos.

    Ou seja, é uma falácia pretenderem que deus criou tudo, sabe tudo, está presente em todo o lado, é infalível e omnipotente, mas, coitado, não culpa de nada do que acontece no mundo que criou. Mundo onde tudo corre mal...

    Isso mais parece um puxa saco a desculpar um chefe incompetente do que uma teoria filosófica...


    - "Nenhuma pessoa tem a capacidade de julgar os atos de Deus"

    Então porque diz que todos os atos de deus visam o bem ?

    Como sabe ?

    VOCÊ tem a capacidade de julgar os atos de deus ?


    - " Deus é um "psicopata assassino"

    Eu não sei se é. Nem sei se existe.

    Eu não estou a julgar deus, estou a julgar as VOSSAS teorias acerca dele. E julgo que são bastante fraquinhas.

    Por exemplo, se eu vir alguém cometer um crime horrível, por exemplo, arrancar os olhos a uma família inteira, posso afirmar, sem sombra de dúvida, que é um psicopata assassino. Se quem cometer esse crime horrendo for um deus, então esse deus é um psicopata assassino. Tenho provas disso. Eu vi o crime.

    Mas vocês dizem que, mesmo vendo coisas horríveis que seriam da responsabilidade de deus, deus será sempre bom, porque ele lá há-de saber porque é que cometeu aqueles crimes medonhos.

    Ou seja, eu tenho PROVAS da maldade dele, vocês têm suposições.

    Em resumo.

    - Vocês nem têm provas que deus exista, mas dizem que sim.

    - Não têm provas que seja exactamente o vosso deus, poderia ser outro quaqluer, mas dizem que sim.

    - Não têm provas dos super poderes do vosso deus. Mas dizem que sim.

    - Não têm provas que seja bom, havendo até muitas em contrário, mas dizem que sim à mesma.

    Em conclusão, toda a vossa doutrina é baseada no NADA.

    Simplesmente inventaram uma história que pegou. Tal como tantas outras.

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